No início do século 20 em São Pedro havia uma região conhecida pelo nome “Bairro do Querosene” devido ao forte cheiro que emanava de suas terras. Foi assim que no ano de 1921 o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, SGMB, iniciou nestas terras as primeiras prospecções em busca de petróleo.
O escritor Monteiro Lobato foi um dos mais ferrenhos defensores da tese de que o Brasil era um país rico em petróleo. Em 1932, ele investiu todo o seu patrimônio em perfurações na cidade de São Pedro e Piracicaba (SP) e na criação da Companhia Brasileira de Petróleo (CBP).
Pouco tempo depois, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) divulgou um laudo declarando que não havia jazidas naquela região. E ao invés de ouro negro, foi descoberto em São Pedro o ouro cristalino das águas medicinais.
A torre de petróleo que tem o nome do geólogo Ângelo Balloni é a única sonda remanescente na região durante as prospecções. Permanece até hoje em seu local de origem como marco histórico em Águas de São Pedro.
Após a retirada das torres de petróleo na década de 20 na região de São Pedro, as águas ficaram vertendo naturalmente formando pequenos lagos. Uma delas de cor escura e cheiro forte. O proprietário das terras, Sr. Ângelo Franzin, com receio de seus animais adoecessem por usarem dela, tampou um dos poços. Mas sem sucesso. Continuava vertendo e era a preferida dos animais.
Percebeu com o passar do tempo que os animais que faziam uso dessa água tinham uma pelagem mais bonita e eram mais saudáveis. Alertado pelo exemplo dos animais, os homens começaram a fazer uso também e com melhora significativa de algumas enfermidades.
Foi então que, mesmo sem conhecimento do poder dessas águas, em 1934, Sr. Ângelo Franzin construiu um primeiro e tosco balneário de madeira com quatro quartos de banho das águas medicinais. Era frequentado pelos moradores de São Pedro. Hoje Águas de São Pedro possui o Monumento das Águas com estátua de égua e seu potro construído manualmente em cimento, representando os animais da época do Sr. Ângelo Franzin.
Atualmente o antigo balneário, denominado Spa Thermal Dr. Octávio Moura Andrade, conta com um exímio serviço oferecendo banhos de imersão em água sulfurosa indicada para tratamento de reumatismo, alergia, diabetes, asma, colites, moléstias da pele, intoxicação e inflamação. A fonte Gioconda (indicada para tratamento de males no fígado, vesícula biliar e intestinos) e a fonte Almeida Salles (evita azia, excesso de acidez gástrica e diabetes, sendo ingerida após as refeições). Também oferece serviços alternativos como sauna, hidromassagem, diversos tipos massagens corporais, massoterapia, estética etc
Em 1934, com 29 anos, o advogado Dr. Octávio Moura Andrade, veio a São Pedro tratar de negócios da firma Moura Andrade & Cia na qual era sócio. Foi a cavalo foi conhecer as nascentes das águas. Como um homem de pensamentos futuristas, Octávio levou amostras para o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – em São Paulo. O resultado não foi comprovado pelo IPT, acreditando em uma adulteração devido ao alto teor de sais minerais encontrados na água. Foi então que Octávio trouxe o IPT para fazer análises in loco. E assim foi constatada que uma das fontes possuía a melhor água das Américas e a segunda do mundo em teor de sais de enxofre. A água da Fonte Juventude. A primeira fica na França. Tomado pelo entusiasmo, Octávio Moura Andrade decidiu criar uma estância hidromineral paulista.
Na década de 30, desperta um novo objetivo na vida de Octávio Moura Andrade após conhecer as águas medicinais na região de São Pedro. O de construir uma cidade em que as pessoas se sentissem melhor, seja pelo lado físico através do uso da água mineral como elemento de cura, e também pelo aspecto psicológico e sensitivo, ao desfrutar de tantos parques, áreas livres, das belas paisagens a serem implantadas. Então ele adquiriu a fazenda do Sr. Ângelo Franzin e terras adjacentes.
Contratou três dos melhores escritórios profissionais da época. Na vertente terapêutica comandada pelo Dr. João Aguiar Pupo, diretor da Faculdade de Medicina que viria a ser a USP. No sanitarismo contratou o escritório Saturnino de Brito do Rio de Janeiro. E no urbanismo foi contratado Jorge Macedo de Vieira, engenheiro da Escola Politécnica, o qual teve o desafio de projetar uma cidade por inteiro.
Com a união desses três profissionais, a cidade na época reuniu em seu pequeno porte,um dos mais conceituados desenhos urbanos, tanto da Europa como EUA. Ela carrega uma riqueza histórica e urbanística de décadas e apresenta-se no final do projeto de uma beleza diferenciada e sem par da maioria das cidades. Tanto que hoje ela é considerada a segunda cidade com maior índice de IDH – Indice de Desenvolvimento Humano – e qualidade de vida do Brasil.
Octávio Moura Andrade decidiu pela implantação de um hotel próximo às fontes medicinais, que se tornaria o núcleo central de uma nova cidade, exclusivamente programado para estação de água e repouso. O Grande Hotel São Pedro, construindo com influência da Art Déco, foi inaugurado em 25 de julho de 1940, data de fundação de Águas de São Pedro que completa 77 anos neste mês de julho de 2017. Para sua inauguração, Octávio apaixonado pela aviação, organizou um vôo de cerca de 300 aviões com a participação piloto brasileira, Ada Rogato. Após a sua inauguração a manchete de São Paulo disse que o hotel era um grande transatlântico ancorado no deserto. Essa manchete contribuiu que a cidade ganhasse um grande peso nacional e internacional através do Grande Hotel. Artistas hollywoodanos como Marta Eggert e Jan Kiepura se hospedaram. Funcionou até o ano de 1947 como hotel cassino, ano em que a cidade foi emancipada de São Pedro. O Grande Hotel é até hoje tradição em formação de mão de obra especializada com cursos básicos de cozinheiro e garçom como também através de cursos superiores no Centro Universitário Senac, referência nacional e internacional. Hoje Águas de São Pedro é, sem sombra de dúvidas, uma das mais completas estâncias hidrominerais das Américas.
Um aspecto muito importante na implantação da nova estância paulista de Águas de São Pedro na década de 30, era a área verde. Foi construído um parque com um milhão de metros quadrados, atualmente com o nome Octávio Moura Andrade. Esse parque gera um conforto térmico na estância. O objetivo era amenizar o calor da época na região que não era arborizada. Para isso foram plantados mais de um milhão de eucaliptos. Hoje “Bosque Municipal”, foi planejado e construído com suas ruas em curva de nível para contribuir em caminhadas suaves das pessoas que fariam o tratamento com as águas minerais. Como a região é de piçarras, foi necessário fazer covas de até quatro metros de profundidade por três metros de largura e repor com terra fértil para que as árvores crescessem com vigor e rapidez. Todo o contorno da cidade é com eucaliptos, além das inúmeras árvores plantadas nas ruas todas planejadas da cidade.
Entre 1936 a 1938, Macedo Vieira se preocupou que a fiação viesse a obrigar os cortes das árvores conforme elas crescessem. Assim as fiações em torno do Grande Hotel foram feitas subterrâneas. Já havia uma preocupação ambiental.
Todo o sacrifício e grandeza dessa obra resultaram numa cidade privilegiada com ar praticamente puro. Uma cidade arborizada que proporciona a seus moradores e visitantes um bem estar inigualável. Hoje, com seus três mil habitantes, recebe milhares de turistas e veranistas durante todo o ano, oferecendo uma boa rede hoteleira e diversos restaurantes, além de seus encantadores pontos turísticos. Como muitos dizem, “um pedacinho do céu na terra”.
No início do século 20 em São Pedro havia uma região conhecida pelo nome “Bairro do Querosene” devido ao forte cheiro que emanava de suas terras. Foi assim que no ano de 1921 o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, SGMB, iniciou nestas terras as primeiras prospecções em busca de petróleo.
O escritor Monteiro Lobato foi um dos mais ferrenhos defensores da tese de que o Brasil era um país rico em petróleo. Em 1932, ele investiu todo o seu patrimônio em perfurações na cidade de São Pedro e Piracicaba (SP) e na criação da Companhia Brasileira de Petróleo (CBP).
Pouco tempo depois, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) divulgou um laudo declarando que não havia jazidas naquela região. E ao invés de ouro negro, foi descoberto em São Pedro o ouro cristalino das águas medicinais.
A torre de petróleo que tem o nome do geólogo Ângelo Balloni é a única sonda remanescente na região durante as prospecções. Permanece até hoje em seu local de origem como marco histórico em Águas de São Pedro.
Após a retirada das torres de petróleo na década de 20 na região de São Pedro, as águas ficaram vertendo naturalmente formando pequenos lagos. Uma delas de cor escura e cheiro forte. O proprietário das terras, Sr. Ângelo Franzin, com receio de seus animais adoecessem por usarem dela, tampou um dos poços. Mas sem sucesso. Continuava vertendo e era a preferida dos animais.
Percebeu com o passar do tempo que os animais que faziam uso dessa água tinham uma pelagem mais bonita e eram mais saudáveis. Alertado pelo exemplo dos animais, os homens começaram a fazer uso também e com melhora significativa de algumas enfermidades.
Foi então que, mesmo sem conhecimento do poder dessas águas, em 1934, Sr. Ângelo Franzin construiu um primeiro e tosco balneário de madeira com quatro quartos de banho das águas medicinais. Era frequentado pelos moradores de São Pedro. Hoje Águas de São Pedro possui o Monumento das Águas com estátua de égua e seu potro construído manualmente em cimento, representando os animais da época do Sr. Ângelo Franzin.
Atualmente o antigo balneário, denominado Spa Thermal Dr. Octávio Moura Andrade, conta com um exímio serviço oferecendo banhos de imersão em água sulfurosa indicada para tratamento de reumatismo, alergia, diabetes, asma, colites, moléstias da pele, intoxicação e inflamação. A fonte Gioconda (indicada para tratamento de males no fígado, vesícula biliar e intestinos) e a fonte Almeida Salles (evita azia, excesso de acidez gástrica e diabetes, sendo ingerida após as refeições). Também oferece serviços alternativos como sauna, hidromassagem, diversos tipos massagens corporais, massoterapia, estética etc
Em 1934, com 29 anos, o advogado Dr. Octávio Moura Andrade, veio a São Pedro tratar de negócios da firma Moura Andrade & Cia na qual era sócio. Foi a cavalo foi conhecer as nascentes das águas. Como um homem de pensamentos futuristas, Octávio levou amostras para o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – em São Paulo. O resultado não foi comprovado pelo IPT, acreditando em uma adulteração devido ao alto teor de sais minerais encontrados na água. Foi então que Octávio trouxe o IPT para fazer análises in loco. E assim foi constatada que uma das fontes possuía a melhor água das Américas e a segunda do mundo em teor de sais de enxofre. A água da Fonte Juventude. A primeira fica na França. Tomado pelo entusiasmo, Octávio Moura Andrade decidiu criar uma estância hidromineral paulista.
Na década de 30, desperta um novo objetivo na vida de Octávio Moura Andrade após conhecer as águas medicinais na região de São Pedro. O de construir uma cidade em que as pessoas se sentissem melhor, seja pelo lado físico através do uso da água mineral como elemento de cura, e também pelo aspecto psicológico e sensitivo, ao desfrutar de tantos parques, áreas livres, das belas paisagens a serem implantadas. Então ele adquiriu a fazenda do Sr. Ângelo Franzin e terras adjacentes.
Contratou três dos melhores escritórios profissionais da época. Na vertente terapêutica comandada pelo Dr. João Aguiar Pupo, diretor da Faculdade de Medicina que viria a ser a USP. No sanitarismo contratou o escritório Saturnino de Brito do Rio de Janeiro. E no urbanismo foi contratado Jorge Macedo de Vieira, engenheiro da Escola Politécnica, o qual teve o desafio de projetar uma cidade por inteiro.
Com a união desses três profissionais, a cidade na época reuniu em seu pequeno porte,um dos mais conceituados desenhos urbanos, tanto da Europa como EUA. Ela carrega uma riqueza histórica e urbanística de décadas e apresenta-se no final do projeto de uma beleza diferenciada e sem par da maioria das cidades. Tanto que hoje ela é considerada a segunda cidade com maior índice de IDH – Indice de Desenvolvimento Humano – e qualidade de vida do Brasil.
Octávio Moura Andrade decidiu pela implantação de um hotel próximo às fontes medicinais, que se tornaria o núcleo central de uma nova cidade, exclusivamente programado para estação de água e repouso. O Grande Hotel São Pedro, construindo com influência da Art Déco, foi inaugurado em 25 de julho de 1940, data de fundação de Águas de São Pedro que completa 77 anos neste mês de julho de 2017. Para sua inauguração, Octávio apaixonado pela aviação, organizou um vôo de cerca de 300 aviões com a participação piloto brasileira, Ada Rogato. Após a sua inauguração a manchete de São Paulo disse que o hotel era um grande transatlântico ancorado no deserto. Essa manchete contribuiu que a cidade ganhasse um grande peso nacional e internacional através do Grande Hotel. Artistas hollywoodanos como Marta Eggert e Jan Kiepura se hospedaram. Funcionou até o ano de 1947 como hotel cassino, ano em que a cidade foi emancipada de São Pedro. O Grande Hotel é até hoje tradição em formação de mão de obra especializada com cursos básicos de cozinheiro e garçom como também através de cursos superiores no Centro Universitário Senac, referência nacional e internacional. Hoje Águas de São Pedro é, sem sombra de dúvidas, uma das mais completas estâncias hidrominerais das Américas.
Um aspecto muito importante na implantação da nova estância paulista de Águas de São Pedro na década de 30, era a área verde. Foi construído um parque com um milhão de metros quadrados, atualmente com o nome Octávio Moura Andrade. Esse parque gera um conforto térmico na estância. O objetivo era amenizar o calor da época na região que não era arborizada. Para isso foram plantados mais de um milhão de eucaliptos. Hoje “Bosque Municipal”, foi planejado e construído com suas ruas em curva de nível para contribuir em caminhadas suaves das pessoas que fariam o tratamento com as águas minerais. Como a região é de piçarras, foi necessário fazer covas de até quatro metros de profundidade por três metros de largura e repor com terra fértil para que as árvores crescessem com vigor e rapidez. Todo o contorno da cidade é com eucaliptos, além das inúmeras árvores plantadas nas ruas todas planejadas da cidade.
Entre 1936 a 1938, Macedo Vieira se preocupou que a fiação viesse a obrigar os cortes das árvores conforme elas crescessem. Assim as fiações em torno do Grande Hotel foram feitas subterrâneas. Já havia uma preocupação ambiental.
Todo o sacrifício e grandeza dessa obra resultaram numa cidade privilegiada com ar praticamente puro. Uma cidade arborizada que proporciona a seus moradores e visitantes um bem estar inigualável. Hoje, com seus três mil habitantes, recebe milhares de turistas e veranistas durante todo o ano, oferecendo uma boa rede hoteleira e diversos restaurantes, além de seus encantadores pontos turísticos. Como muitos dizem, “um pedacinho do céu na terra”.